sexta-feira, 5 de março de 2010

Raices de America

Yo tengo tantos hermanos
que no los puedo contar
en el valle, la montaña
en la pampa y en el mar

Esta é a primeira estrofe da música 'Los hermanos', do grupo Raices de America. Postei aqui porque acho que esta música serve para descrever um pouco da minha relação com o Chile e o povo chileno. Estive lá pela primeira vez em 2001. E me encantei com absolutamente tudo. O roteiro começou por Santiago, passou por Valparaíso, Punta Arenas e terminou na Patagônia chilena, mais precisamente no parque Torres Del Paine. As paisagens deste parque estão entre as mais lindas que já vi na vida. Mais tarde, em 2004, tive o privilégio de conhecer o outro extremo do país, na região de Antofagasta, onde ficam as minas de Chuquicamata, as maiores minas de cobre a céu aberto do mundo. E também a cidade de Calama, o último ponto habitado antes do deserto do Atacama. E como é fascinante este deserto! Enfim, conheci as várias faces do Chile. E todas me deslumbraram. Mas nada me encantou mais do que a fraternidade dos chilenos que encontrei pelo caminho. Acho que o povo chileno se parece um pouco com os mineiros. Creio que, em comum, temos o fato de estarmos 'presos' entre montes e montanhas. Eles tem a incomparável cordilheira que, de certa forma, os isolam do resto do continente. Nós, as incomparáveis montanhas, que nos fazem ensimesmados e, ao mesmo tempo, ávidos por conhecer novas fronteiras e fazer novos amigos. Enfim, mineiros e chilenos somos, por natureza, meio desconfiados. Mas temos a vocação da hospitalidade.  Contada, de certa forma, através da canção do grupo Raices de América. Por tudo isso, as notícias de um terremoto que parece interminável me afligem. Sei que as catástrofes naturais tem força para derrubar casas, prédios e pontes. Para destruir algumas vidas e interromper outras. Sei que isso está acontecendo, bem agora, nas terras além cordilheira. Mas sei tambem que nenhuma força será suficiente para abalar a fé e a confiança que os irmãos chilenos depositam em palavras como amizade, reconstrução e recomeço. A estes amigos, e em especial ao amigo/parceiro/produtor/músico/jornalista/fotógrafo Jaime Borquez, que me apresentou às belezas do Chile, minha solidariedade. E meu abraço fraterno.

Yo tengo tantos hermanos
que no los puedo contar.
Y así seguimos andando
curtidos de soledad.
Nos perdemos por el mundo
nos volvemos a encontrar.

Jaime é o autor da foto de abertura deste blog. Foi feita durante uma de nossas viagens pelo Chile. Jaime está relativamente bem, em comparação com milhares de outros chilenos. Através de um e-mail, ele me falou rapidamente da situação no país. Mais tarde, Jaime acabou se tornando personagem de uma reportagem sobre o terremoto e deu detalhes dos momentos de horror que viveu. Para ouvir o relato dele, acesse o link abaixo.

http://www.istoe.com.br/reportagens/54212_PENSEI+QUE+IAMOS+MORRER+?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

Um comentário:

  1. Caro amigo e parceiro de boas viagens e melhores vinhos: Fico até constrangido com suas palavras, embora a reciprocidade em sentimentos é absolutamente verdadeira. Agradeço o carinho de hermano que sente por este país que gosta tanto de se mexer... Mas desta vez exagerou a dose!
    Um abraço bem apertado e até os próximos vinhos!

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