terça-feira, 26 de julho de 2011

Façamos, vamos amar

"Posso não durar tanto quanto as outras cantoras, mas sei que posso destruir-me agora se me preocupar demais com o amanhã"

Amigos de bar, a frase acima não foi dita por Amy Winehouse. Mas poderia perfeitamente ter sido assinada por ela. Como outros ídolos que sucumbiram cedo demais ao poder das drogas, a jovem cantora deixou a vida para se transformar em mito. Exatamente como aconteceu com Janis Joplin, quarenta e um anos atrás. Janis é a autora da frase que abre o post. Assim como Amy, ela morreu no auge da carreira, com apenas 27 anos de idade.

Não conheço muito o trabalho de Amy Winehouse. Só agora, com a repercussão da morte, é que ouvi mais atentamente 'Rehab'. Que voz ela tinha, né ? Por falar em voz feminina, existem cantoras brasileiras fenomenais que passam a vida despercebidas e ignoradas pela mídia. Elza Soares é uma delas. Se fosse americana, com certeza Elza seria tratada como diva em qualquer palco do mundo. Mas aqui ela é sempre lembrada como a viúva do Garrincha. Hoje, a caminho de São Paulo, ouvi no carro uma canção gravada por ela e pelo sempre genial Chico Buarque. Cole Porter deve estar orgulhoso. É só clicar abaixo para se deliciar com a versão de Chico e Elza. E, se ´pulgas em calcinhas e calções, fazem...',  façamos! Vamos amar...


Save me, please...

A partir de que momento um erro é aceitável ? A pergunta, claro, se refere a erros graves, que podem mexer com a vida de uma pessoa. Até porque, pequenos erros cometemos a toda hora. Passamos a vida nos desculpando. E aceitando desculpas. Todos estamos sujeitos a eles. Penso que, quando inconscientes ou involuntários, erros se tornam aceitáveis depois que desculpados ou corrigidos. Mas quando planejados, podem ser imperdoáveis. As reportagens abaixo mostram erros que alteraram o caminho de algumas pessoas. O primeiro, um erro grotesco. Que poderia ter sido corrigido antes de marcar profundamente a vida de uma mulher. Fazia 28 anos que dona Sueli pedia socorro. E ninguem a ouvia.


O erro que mudou a vida de dona Sueli ainda pode ser corrigido. Mas para uma jovem advogada que buscava a realização profissional em São Paulo, dois erros no trânsito acabaram em tragédia. Jovem, bonita, rica e inteligente, Carolina cometeu uma infração que talvez todos nós já tenhamos cometido tambem. Ultrapassou o sinal vermelho. Mas do outro lado vinha um jovem igualmente rico e inteligente, numa velocidade impensável para as ruas de um bairro paulistano. Neste caso, o erro não poderá jamais ser corrigido. Embora sempre exista tempo para as desculpas. E para o perdão.

Kill me, please...

Todo mundo sabe o que é depressão. Por ter ouvido falar ou por conviver com pessoas que padecem com a doença. Ela é sorrateira. Se instala e vagarosamente consome sentimentos básicos e essenciais como a alegria, a felicidade e, algumas vezes, até a vontade de viver. Mas até onde pode chegar essa sensação que corrói e, eventualmente, deforma a personalidade das pessoas ? A resposta pode estar na reportagem sobre a mulher que planejou seu próprio assassinato. Durante anos, a jovem advogada foi tratada como depressiva. Mas tinha, na verdada, uma doença ainda mais grave. Se chama Transtorno de Borderline. Borderline significa 'limitrofe'. É a fronteira exata entre o que chamamos de normal e aquilo que conhecemos como insano. Quem sofre desse mal caminha o tempo todo no fio da navalha. Basta um escorregão para cair. E quem cai,  muitas vezes, não consegue mais se levantar. Foi o que aconteceu com a advogada de Penápolis, no interior de São Paulo. Para ela, a sensação de abandono e rejeição foi mais forte que qualquer razão para viver.


Ainda existe uma controvérsia sobre o mal que afligia a advogada. O Transtorno de Borderline transforma a pessoa num potencial suicida. Mas a vontade de tirar a própria vida se manifesta em situações pontuais. É como se fosse um surto. Vem, se manifesta, e passa. Mas o plano da advogada foi calculado nos minimos detalhes. A elaboração da propria morte começou na noite de sábado. E só se consumou na madrugada da terça-feira. Ela teve tempo de pensar e repensar em tudo. E de se arrepender tambem. Mas escolheu morrer pelas mãos de outra pessoa. Uma fonte segura disse que, na véspera, ela esteve na igreja e se confessou para o padre. Será que foi a religiosidade que a impediu de tirar a própria vida ? Nunca saberemos.

Ps: Muita gente, médicos inclusive, confundem o Transtorno de Borderline com a depressão. E, por esse Brasil afora, inúmeros pacientes são diagnosticados de forma equivocada. E tratados com medicamentos que não inibem os sintomas perigosos e, as vezes fatais, do transtorno de Borderline.