quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tempo de sonhar

Mais um ano se passou. E outro chega, nos trazendo, como sempre,  algumas dúvidas, incertezas, mas tambem  perspectivas, que sempre devem ser acompanhadas de sonhos e planos. Que nossas mentes e nossos corações estejam preparados para novos desafios. É preciso pedir a Deus que nos ensine a enfrenta-los com altivez e coragem. Sem lagrimas e sem preguica. Que Ele não permita que nos isolemos ou cruzemos os braços, a lembrar tarefas passadas como desculpas que nos dispensem de novos esforços.

Aos amigos de bar, frequentes ou eventuais,  um Natal cheio de sorrisos. E que 2011 venha acompanhado de muitas alegrias, realizações, saúde e paz. Tomara que o ano que chega seja repleto de muitas boas notícias para todos nós. Afinal, nós merecemos, não é mesmo ? Obrigado pela companhia neste boteco. E pelo carinho indispensável. Brindemos!!!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Incríveis

A música foi sucesso com a mesma banda que dizia existir por aí um garoto que, como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones. Como bem notou Bete, frequentadora deste boteco, a canção serviu de inspiração para o nome do blog. Pena que, incrivelmente, não encontrei nenhum vídeo original com a banda. Não é a música  tema do blog, mas poderia ser.

Para ouvir, clique no 'play' abaixo.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Daktari

Existem alguns ícones que ficam marcados para sempre em nossas vidas. E muitos são relacionados com a televisão. Quem é do tempo do 'reclame', como eu, certamente se lembra do '- Quem bate ? - É o frio!', e a musiquinha 'Nào adianta bater, eu não deixo você entrar...'. Assim como esses 'reclames', alguns seriados tambem marcaram a vida de muitos de nós. Quantos não fomos apresentados, através da televisão, a um mundo diferente, habitado por Jerônimos, Paladinos e Noviças Voadoras ? Eu tinha alguns preferidos. Gostava de assistir 'Viagem ao Fundo do Mar', 'O Túnel do Tempo' e 'Terra de Gigantes'. E tambem de 'Daktari'. Na época eu nem sabia, mas Daktari era ambientado no Quênia. O herói era um veterinário americano que vivia numa reserva cuidando de animais como leões e elefantes. Ele tinha um mascote chamado Clarence, um leão vesgo que ajudava a combater os vilões que invadiam a reserva. Daktari era um pouco diferente dos outros seriados porque não se baseava somente em ficção. Tipos, todos sabíamos que aquele mundo existia de fato. Que não era um mundo paralelo, embora habitado tambem por feras e gigantes que pareciam irreais aos nossos olhos. Quando digo ´nossos´ me refiro aos amigos de Cabo Verde que jamais havíamos visto nenhum animal selvagem de perto. A não ser quando um circo passou por lá, mas os animais eram tão magros e maltratados que, em vez de medo, sentíamos pena deles. O leão, coitado, vivia numa jaula pequena e dava pra ver até as costelas do bicho. De lá para cá voltei a ver muitos outros animais africanos de perto, mas sempre em zoológicos ou cativeiros. Por isso foi muito especial fazer um safari jornalístico no Quênia. O país é um dos mais pobres do mundo. O censo nacional, divulgado dois dias depois de nossa chegada, revelou indicadores que lembram o Brasil de 50 anos atrás. Somente doze por cento da população tem acesso à água encanada. A renda per capita é de pouco mais de 300 dólares. Ou seja, cada habitante recebe, em média, menos de 1 dólar por dia. E pouco mais de cinco por cento das famílias possuem televisão em casa. Este último dado acaba criando lá, situações raras aqui pelo Brasil. Em um domingo, por exemplo, viajamos mais de 700 quilômetros para chegar até um parque nacional. No caminho passamos por muitas vilas e povoados. E em todos havia muita gente nas ruas. Os quenianos mantém o saudável hábito de conversar em grupo nas praças e mercados.  Famílias inteiras se reunem, depois dos cultos ou missas, para animadas conversas. Eu fiquei imaginando se haveria tanta gente nas ruas se todos tivessem televisões em casa. Pena que a viagem foi curta e não foi possível mostrar, nas reportagens, um pouco dos hábitos e da vida dos quenianos. A missão era outra: acompanhar uma transferência de bufalos. E tentar alguns flagrantes nas reservas e parques nacionais. Parece fácil, mas fazer matérias sobre bichos não é mole, não. Ainda mais se o bicho é selvagem, grande e pode matar facilmente uma pessoa. Não dá pra fazer uma matéria contemplativa sobre estes animais. Ficaria chato toda vida. E obviamente não dá tambem para interagir com eles. Com exceção da caçada aos búfalos, nas outras reservas não podíamos descer do carro em nenhum momento. Claro que desobedeci estas ordens algumas vezes, ou não conseguiria fazer as reportagens. E olha, vou te dizer viu, não dá pra descrever a sensação de estar a poucos metros de feras como leões e rinocerontes em ambiente natural. 
Aliás, descobrimos lá um santuário que tenta salvar os últimos rinocerontes brancos do norte. Esta é, talvez, a subespécie mais ameaçada do planeta. Só existem oito rinocerontes assim no mundo. Quatro estão num zoológico dos Estados Unidos. Os outros quatro estavam tambem num zoológico da República Tcheca, mas foram transferidos para este santuário no Quênia.  Especialistas estão tentando fazer com que estes bichos recuperem, no ambiente natural, o gosto pelo acasalamento. É a última e desesperada tentativa de salvar a espécie da extinção absoluta. Estão entre a cruz e a espada: ou transam ou desaparecem. Eu, no lugar deles, não pensaria duas vezes. E não são somente estes gigantes que estão ameaçados. A população de leões tambem vem diminuindo gradativamente no Quênia e em outras nações africanas. Inclusive a transferência dos búfalos só foi feita porque leões estavam morrendo de fome em uma determinada reserva. É com ações deste tipo que alguns quenianos tentam manter o delicado equilibrio nas reservas e parques nacionais. Tal qual o Dr. Daktari, ainda existem heróis solitários lutando pela vida selvagem no Quênia. 


Ah, claro que muitos vão discordar, mas na minha opinião o bicho mais bonito de todos os africanos é a girafa. Graciosa, delicada, elegante e ao mesmo tempo, lerda e desengonçada. Tipicamente femininas, lembram algumas top models por aí. E lá é possível encontrar grupos com dezenas delas caminhando livremente nas savanas. Como diz aquele 'reclame': não tem preço!  


A reportagem sobre a transferência dos búfalos voce pode assistir clicando abaixo: