terça-feira, 31 de março de 2009

Bangladesh - um formigueiro humano

Girando o mundo, estive recentemente num lugar onde poucos brasileiros puseram os pés: no país mais densamente povoado da terra! Uma nação pequena (do tamanho do estado do Amapá) onde vivem nada menos que 150 milhões de pessoas. É, amigos, este lugar existe e se chama Bangladesh. Um formigueiro humano onde muitas pessoas ainda se submetem ao subemprego e, muitas vezes, ao trabalho escravo. Inclusive as crianças. A série e o programa ainda vão ao ar, na Record, mas até lá vou contando, por aqui, algumas curiosidades e bastidores sobre Bangladesh. Primeiro, um pouco de história. Bangladesh fica no sudeste asiático, espremido entre a Índia e
Myanmar (antiga Birmânia), no golfo de Bengala. O país conquistou a independência em 1971, depois de uma sangrenta luta armada contra o Paquistão. Mas parece que Bangladesh está condenado, desde sempre, ao desaparecimento. É que toda a área ( que nem é tão grande) surgiu na verdade, de sedimentos que se acumularam no golfo ao longo de milhares de anos. Se olharmos no mapa, fica mais fácil entender. O degelo e as águas caudalosas dos grandes rios que desaguam da cadeia do Himalaia, como Ganges e Bramaputra, acumularam, durante séculos, sedimentos que acabaram se estendendo mar adentro. Esta é a área de Bangladesh. Um lugar extremamente plano. Em 70% da área do país, a altitude máxima não chega a 50 metros. Mal comparando, é como se fosse o Pantanal, com a desvantagem de estar na ponta de um funil e, principalmente, de estar localizado num dos piores lugares da terra para a formação de ciclones e tempestades. O último grande ciclone que passou por lá ( o Sidr, em 2007) matou cerca da 10 mil pessoas. Conseguem imaginar o que é isso ? 10 mil mortos!! E este nem foi o pior ciclone que passou por lá. Aliadas às enchentes constantes, as grandes tempestades continuarão a castigar os habitantes de Bangladesh, mas talvez não por muito tempo. O aquecimento global pode fazer este jovem país desaparecer do mapa. Se o nível do mar continuar subindo, a previsão é que a maior parte do país desapareça sob as águas do Oceano Índico. Bem, este é o primeiro post sobre o país. Sei que ficou meio didático, mas precisava explicar a história para que vcs entendam depois os costumes muito estranhos do povo. Depois eu conto, por exemplo, como é a maior praia do mundo (122 km de extensão) onde os homens, mulheres e crianças nadam vestidos dos pés à cabeça. Até lá.

sábado, 28 de março de 2009

Pobre Eliana. Rica Eliana.

Não conheço Eliana Tranchesi. Nunca a vi, jamais a entrevistei. O que sei sobre ela todo mundo sabe. Que, até pouco tempo atrás, ela era frequentadora assídua de festas e colunas sociais. Que ajuntou bastante dinheiro com a loja de grifes que abriu em São Paulo. Que acumulou amizades ainda mais valiosas. E que deu um tombo na receita. É tudo que sei sobre Eliana Tranchesi. Pouco, portanto, para fazer juízo de valores. O que não sei é se ela merece ser sentenciada a 94 anos de prisão. Creio sinceramente que não. É um exagero. Que mostra, inclusive, como nosso judiciário não se entende quando o assunto é prisão de milionários. Um manda prender. E outros, imediatamente, mandam soltar. Parece que, no Brasil, prender os ricos é uma afronta! 'Onde já se viu ? Prenderam a pobre Eliana. Onde vamos chegar ?' Será que foi mais ou menos isto que esposas endinheiradas e aflitas sussurraram, ou gritaram, nos ávidos ouvidos de altas autoridades.. ? Porque, num país como o nosso, que tem uma justiça tardia e morosa, o que explica revogações de prisão em tempo recorde ? Com Daniel Dantas também tinha sido assim. Não discuto o mérito. Não contesto os argumentos. Apenas estranho a rapidez extraordinária da ação de soltura. Estamos todos mais do que acostumados a ver e ouvir juízes e desembargadores reclamarem do excesso de trabalho. Do acúmulo de processos. Me expliquem, devagar, para eu possa entender, qual é o caminho que leva ao atalho ?