quinta-feira, 30 de junho de 2011

Repúbliká ng̃ Pilipinas - Primeira parada: Manila

Chegamos em Manila num dia ensolarado. E aqui o sol, necessariamente, é sinônimo de muito calor. Temperatura na casa dos 35 graus. O trajeto até o hotel é tranquilo. Não muito rápido, por causa do transito caótico, mas tranquilo. Durante o percurso faço o que sempre costumo fazer quando estou numa cidade desconhecida: mantenho os olhos atentos, tentando fotografar na retina tudo que é inusitado, apreciando a arquitetura, o trânsito, as pessoas, enfim, me deliciando com as diversas faces de uma cidade que, à primeira vista, parece diferente. Mas descubro,assim, que algumas dessas faces são incrivelmente familiares para nós, brasileiros. Muito de Manila evoca a periferia de nossas metropoles. Para o bem e para o mal. O emaranhado de fios nos postes, sugerindo 'gatos'' pra todo lado, ruas cheias de buracos, mas uma gente alegre, receptiva e sorridente.

O lado nobre da cidade tem avenidas bem asfaltadas, fontes luminosas, lojas de grife e uma gente cheia de empáfia, desfilando com cachorrinhos na coleira. Não adianta. O novo rico é igual em qualquer lugar do mundo.Mil vezes a periferia. O motorista explica que nosso hotel fica num dos melhores bairros da cidade. Quando chegamos, a realidade é bem diferente. Fico imaginando como são os piores bairros, já que o nosso tem ruas sujas e escuras. Cheiram urina. E a prostituição rola solta. A moeda é o peso filipino, que é convidativo para compras. Um real brasileiro vale 38 pesos. E descubro, logo ali, na esquina do hotel, como é bom ter uma moeda forte no bolso. O jantar solitário, num bom restaurante japonês, com direito a sushi, sashimi, bebidas e outros 'mis' mais, sai por módicos 12 reais. Vou virar freguês.

9 comentários:

  1. Oi, desta vez nao tem video para que possamos viajar para mais esta aventura,acho que so assim posso conhecer lugares tao longe de onde moro e que na verdade com caracteristicas tao parecidas com as nossas,deve ser muito bom conhecer de perto as coisas que nossos olhos alcançam a certa distancia.Um abraço e ate mais.

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  2. Oi Raul, tudo bem? Pois é amigo, você teve a oportunidade de conhecer um povo que também vive o reflexo do subdesenvolvimento. Que sofre com as desigualdades sociais,também tão presentes em nosso país não é? No caso dos Filipinos, porém, ainda há a questão da desvalorização brutal da moeda,que pode até ser bom para o turista estrangeiro, mas para a população... Aguardo novas postagens, Beijo

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  3. Não vem falar em comida japonesa não, porque eu vi você comendo tripa de frango... kkkkkkk!!!!!
    Que bom que voltou!

    Beijo!

    Cássia - Viçosa/MG

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  4. Adorei o texto: leve, rico em detalhes...e simples. Uma prosa gostosa de ler, com jeito de literatura. Sua cara, Raul! Demais da conta...

    Bjs,

    Alê

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  5. Dá licença de eu entar nesse seu bar?
    Carla Bravo

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  6. Raul,

    Que bom que está de volta! Seja bem vindo!

    Sou grande admiradora dos seus textos, da forma como escreve e expressa suas idéias.
    Poucos são aqueles que conseguem passar sentimentos e sensações quando escrevem.
    Todas as matérias exibidas da série Filipinas, até agora, são cheias de emoção, detalhes, sentimentos, beleza e aromas.
    Realmente, Manila nos remete a nossa realidade, isto é, lugares luxuosos contrastando com a pobreza, prostituição, ruas sujas e tantas outras peculiaridades de uma metrópole.
    Suas matérias nos transportam à grandes aventuras e podemos compartilhar um pouquinho das suas experiências. Penso ser saudável olhar para tudo com naturalidade e com olhos puros. Afinal, o que é certo e o que é errado?
    Concordo quando diz:"...mil vezes a periferia...". Acredito, com toda a sinceridade, ser muito mais prazeroso e recompensador conviver com pessoas simples, pois elas são simplesmente felizes. Na maioria das vezes, este contato nos faz retornar as nossas origens, refletir e encontrar a felicidade em coisas aparentemente pequenas, porém com grandes significados, que, ao longo da vida, acabamos nos esquecendo: um momento, um sorriso, um afago, uma palavra na hora certa ou sentir ternura e felicidade em um simples abraço...O menos é sempre mais!

    Parabéns, mais uma vez, pelas excelentes matérias.

    Abraço,

    Valéria

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  7. Carla, querida,
    você é muitíssimo bem vinda nesse e em qualquer outro boteco que eu estiver!! Junte-se a nós!!
    Bjo!!!
    Raul

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  8. Oi Raul.

    Acompanhei seu belo trabalho sobre as Filipinas e quero dizer que em todas as reportagens a gente acaba se transportando para os lugares graças a sua forma brilhante de conduzir a matéria. Vc, como sempre, está de parabéns.
    Não preciso perguntar que sabor tem tripa de frango, porque a resposta está nas imagens. Sua expressão de tristeza e o tom de arrependimento da sua voz já mataram a minha curiosidade.
    Bom, vc falou dos novos ricos. Mas nem todo novo rico é rico e sim um pobre melhorado. Gente vivendo de aparências, atolados em dívidas até o pescoço para manter um padrão de vida que mal podem sustentar. Economizam até nos gastos com alimentação, para pagar um carro melhor que o do vizinho, viver em condomínio caro, se manter vestido com roupa de marca... Ou seja, não é problema o bucho ficar pregado nas costas o importante é não perder a pose de burguês.
    Existem outros que encontram um jeito mais fácil e se tornam novos ricos por associação. Geralmente é alguém que vivia matando cachorro a grito no passado e por sorte achou um bocó ou uma baranga endinheirada para casar. Costumam perder a memória, não lembram do passado e renegam suas origens. Como dizem por aí, o porco sempre esquece que um dia foi bacorinho.

    Aproveito o espaço para comentar sobre o caso da Dona Sueli. Como um descuido pode interferir na vida de uma pessoa. Infelizmente ela não é a única. Quantos morreram por infecções provocadas por objetos "esquecidos" como tesoura, gaze, e até luvas cirúrgicas. Dona Sueli teve sorte. Nem sei se posso dizer sorte, mas ela está viva. Com dores e sequelas, mas viva. Sobrevivente de um erro médico, algo que não deveria existir, ainda mais esdrúxulo como este. Quantas histórias escabrosas sabemos através da imprensa: medicamentos mal administrados, agulhas que se soltam da mangueira de soro e circula pela veia e vai parar na cabeça de uma criança, diagnósticos equivocados sobre doenças, bebês que sofrem queimaduras ou tem seus dedos decepados. Um vizinho meu precisou fazer uma cirurgia no joelho direito, mas o médico operou o esquerdo, que estava são. Depois que percebeu a lambança que tinha feito tentou consertar o erro. Resultado: hoje o homem sofre com problemas nos dois joelhos. No início deste ano a mesma história foi publicada pela imprensa local sobre um rapaz que passou pela mesma situação. E recentemente se repetiu com uma moça em SP.
    Muito se fala das condições de trabalho do profissional, da carga horária, dos baixos salários, do estresse, ou da falta de capacitação. Na minha modesta opinião o que falta é vocação. Muitos se formam porque a área médica oferece campo de trabalho. Quem tem vocação trabalha com gosto, com mais responsabilidade, tem amor pelo que faz, não visa apenas o dinheiro.
    E como Dona Sueli muitas vítimas e familiares passam anos travando uma verdadeira batalha na justiça. E a Justiça brasileira... Prefiro nem comentar.

    Mais uma vez parabéns pela matéria. Sucesso!
    Deus abençoe vc. Deus abençoe seu trabalho.
    Um grande abraço.

    RCCaridade - Vila Velha, ES

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  9. Primeiramente gostaria de pedir licença para fazer parte deste espetacular blog. Estou aos poucos descobrindo mais esse maravilhoso meio de comunicação, tanto é que criei tb um, se chama "PASSAGEM OBRIGATÓRIA".
    Em segundo gostaria de parabenizar-lo pelas suas espetaculares reportagens, realmente com muita seriedade e maestria, conduz muito bem o eixo do comando.
    E em terceiro, por fim, desejar-lhe energias positivas, tanto na sua carreira quanto na vida pessoal.
    Forte abraço do amigo Júlio.
    Ahhhh, não esquece de prestigiar o meu blog, rsrsrsrsrs...

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