sábado, 2 de janeiro de 2010

Reminiscências

Amigos de bar! Este blog nasceu simplesmente da necessidade que tenho de escrever. Não esperava tantas visitas. Tanto retorno. Tanto carinho. E fico, claro, imensamente feliz por isso. Obrigado, de coração, pela presença. E me desculpem pelas ausências. Por tantos assuntos que deixei de abordar. Meio que plagiando a música 'epitáfio', dos Titãs, 'queria ter escrito mais, ter palpitado mais...', mas o tempo não me permitiu mesmo. Deixei de falar, por exemplo, das reportagens que fiz sobre pedofilia em Tefé e Coari. Mães ainda choram, nestas duas cidades amazonenses, por causa de filhas, ainda crianças, que foram abusadas e tiveram a infância roubada por um juiz e um ex-prefeito. Duas autoridades. Dois arremedos de gente.

Em Tefé, o acusado é o juiz Antonio Carlos Branquinho. Em Coari, o ex-prefeito Adail Pinheiro. O primeiro foi afastado das funções e aposentado compulsoriamente, como cabe aos juizes que estupram, roubam, vendem sentenças ou matam. Pena exemplar. Adail Pinheiro chegou a ficar preso. Mas foi solto esta semana graças à caneta mágica e generosa de Gilmar Mendes. O assunto, esquecido por mim, foi lembrado por Paulo Henrique Amorim em seu site. Ele me avisou pessoalmente sobre o post. Paulo Henrique me cita no texto, o que muito me honra e orgulha. Tenho profunda admiração por ele. Construiu uma carreira vitoriosa no jornalismo. E não abre mão de sair às ruas e trabalhar como repórter. Vibra com as matérias que faz. É uma chama que tambem carrego. E, espero, que jamais se apague. O post de Paulo Henrique você pode acessar clicando no link abaixo.

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=24883

Amigos de bar, que 2010 seja intenso. Cheio de sorrisos, saude e paz. Para todos nos.

2 comentários:

  1. Oi Raul, é Luciane do Rio de Janeiro. Por favor não se culpe por isso. O mais importante você já fêz de forma brilhante em sua reportagem. Mostrou ao país a existência desses crápulas, bandidos da pior espécie, que se utilizam de suas posições ou seus cargos para cometer crimes hediondos com a certeza da impunidade. Por falhas na lei, ou por outros motivos sobre os quais não comento.
    Raul, o problema da pedofilia no país é gravíssimo e está tomando proporções inimaginá-
    veis. É aí que entra a imprensa, investigando, denunciando e levando às autoridades responsá-
    veis a exigência de providências. Vocês são a nossa ponte de ligação com o poder, pois o seu sentimento de indignação é o mesmo nosso.
    Então Raul, não importa se for você ou um de seus colegas ( o Paulo Henrique também é ótimo ), o importante é que esse assunto não seja esquecido.
    Beijo. Luciane

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  2. Olá!
    Já faz algum tempo que acompanho seu trabalho, e adoro, pois o Sr., ao mostrar uma realidade crua e triste, reveste a notícia de dignidade e humanidade ímpares. Foi isso que chamou a minha atenção para o seu trabalho, que consegue nos despertar para uma consciência necessária e urgente para os dias de hoje.
    Sou advogada na região da faustosa Ribeirão Preto, e, em um momento da minha vida, quase troquei o calor e as injustiças desta região pelo calor de Coari. Deus assim não quis, e continuei aqui.
    Pedofilia, segundo a medicina forense, não é uma doença, e ela, desde sempre, está inserida em todas as camadas da sociedade, inclusive nas mais ricas, tendo como exemplo o caso da cidade de Catanduva, que envolveu autoridades públicas, mas só o borracheiro (intermediador) está preso.
    Estupro e pedofilia, para mim, são os únicos crimes injustificáveis, diante da globalizada oferta de sexo, às vezes sem qualquer custo.
    Em um caso de pedofilia aqui da minha cidade, fui nomeada como advogada dativa do réu, e, embora tenha verdadeira repulsa a crimes sexuais, não tinha como me esquivar de tal nomeação. Era um senhor de 60 anos de idade, com garotas de 11, 12 anos. Então, em nome do amor que nutro ao Direito e a um processo limpo e justo, realizei a defesa deste senhor... neste caso, a insanidade mental do dito cujo foi reconhecida, e foi aplicada uma medida de segurança, mas um fato me chamou a atenção: as mães que choravam dentro da sala de audiência, por suas filhas desviadas, e que me comoveram bastante, ao alcançarem a porta do Fórum, já argumentavam entre si que as meninas tinham que aprender desde cedo como ganhar a vida, pois o senhor era aposentado (tinha uma renda fixa!), e dava muitos "presentinhos" para as crianças, ou seja, "ele era tão bom"... foi neste momento que sofri um verdadeiro choque de realidade, e comecei a me questionar, neste meu caso (que fique claro), quem realmente vitimizava aquelas crianças.
    A situação das crianças no Brasil é muito triste, e é por isso que, em minha humilde atuação profissional, busco o bem estar dos menores.
    No mais, já ví canetas mágicas fazerem bastante atrocidades, o que renderia longas horas de conversa, e algumas lágrimas, mas este não é o foco! Hoje, vejo algumas canetas mágicas trabalharem em busca da verdadeira justiça, o que deixa imensamente feliz!
    Só sinto não ter tido a maravilhosa experiência de trabalhar com as comunidades ribeirinhas de Coari.
    Obrigada pelo seu importantíssimo trabalho!!!
    Pretendo me debruçar por sobre os seus textos, aqui no blog, o que me exige uma prazerosa atenção.
    E se comecei a participar deste bar, agora vai uma rodada de chopp do Pinguim!
    Grande abraço!
    Camila.

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